O ato de dormir é essencial para o nosso bem-estar físico e mental, influenciando diretamente nossa saúde, aprendizado, atenção e equilíbrio emocional. No entanto, diversos fatores podem interferir nesse processo natural, como despertares frequentes durante a noite, redução da duração do sono, dificuldade para adormecer ou sensação de cansaço ao acordar. Tais problemas podem surgir em momentos de transição ou estresse na vida, como mudanças, perdas, novos empregos, estudos ou preocupações médicas. Se persistirem, esses distúrbios podem aumentar o risco de problemas de saúde e prejudicar nossa capacidade de concentração, pensamento e gerenciamento emocional.
Quando enfrentamos dificuldades para dormir, nossa primeira reação costuma ser recorrer a tratamentos de venda livre, como produtos naturais ou pílulas leves para dormir. No entanto, é importante reconhecer que tais abordagens oferecem apenas alívio temporário, sem abordar a causa subjacente dos distúrbios do sono.
Dentre os tratamentos sem prescrição, encontramos produtos naturais, como extratos de melatonina, valeriana ou maracujá, que podem proporcionar certo alívio em situações pontuais, como ajustes de fuso horário, mas não resolvem completamente os distúrbios do sono. Outra opção são as pílulas leves para dormir, que contêm principalmente anti-histamínicos, mas seu uso prolongado pode acarretar em efeitos colaterais e tolerância.
Alguns antidepressivos em doses reduzidas podem ajudar a melhorar a qualidade do sono, mas não são uma solução definitiva para distúrbios crônicos e podem apresentar riscos se utilizados em excesso.
Para tratamentos mais eficazes, é necessário considerar medicamentos prescritos. Os hipnóticos, como os benzodiazepínicos, podem reduzir o tempo necessário para dormir e aumentar a eficiência do sono, mas seu uso prolongado pode levar à dependência e outros efeitos adversos. Alternativamente, os agonistas dos receptores benzodiazepínicos podem oferecer benefícios semelhantes com menos interferência nos padrões de sono, embora também possam causar efeitos colaterais.
É importante ressaltar que o uso de medicamentos não é uma solução de longo prazo para os distúrbios do sono. A causa raiz desses problemas geralmente está relacionada a fatores psicológicos, como crenças sobre o sono e hábitos inadequados.
Nesse contexto, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) surge como uma abordagem eficaz para tratar os distúrbios do sono a longo prazo. A TCC visa modificar pensamentos disfuncionais, comportamentos inadequados e emoções negativas relacionadas ao sono, promovendo assim hábitos saudáveis de sono e melhorando a qualidade do descanso.
Estudos demonstram que a TCC é mais eficaz do que a medicação a longo prazo, pois trata a causa subjacente dos distúrbios do sono e capacita os indivíduos a gerenciar melhor seus problemas de sono sem depender de medicamentos.
Considerando tudo isso, embora os medicamentos possam proporcionar alívio temporário, a TCC é uma abordagem mais eficaz e sustentável para tratar os distúrbios do sono, permitindo que as pessoas recuperem um sono reparador e restaurem suas capacidades cognitivas e emocionais.
