De acordo com estudiosos da Psicologia Moral, a ética é entendida como um domínio de reflexão sobre as normas e regulamentos e o comportamento assumido em relação a eles.
Nesse contexto, a ética atua como um critério para nossas escolhas diante de situações reais e normas existentes. Por exemplo: “Quais são as consequências e quem é impactado quando violo uma norma?” ou “Existem circunstâncias em que quebrar uma regra seria a atitude mais ética?”.
Seguindo os preceitos da Psicologia Moral, tais decisões são influenciadas por nossos valores pessoais e pela maneira como escolhemos viver nossas vidas. Em outras palavras, como minhas ações afetam minha identidade como psicólogo e meus valores relacionados a isso?
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ToggleO que é moral?
Assim como a ética, a moral é objeto de estudo da Psicologia Moral e da Filosofia. Nestas disciplinas, a moral pode ser definida como um conjunto de princípios, valores e normas de conduta considerados aceitáveis por um determinado grupo social.
Ao contrário da ética, a moral tende a não oferecer tanto espaço para reflexão. De acordo com seus estudiosos, ela evoca um senso de dever que motiva o indivíduo a agir de acordo com as normas morais estabelecidas, sendo, portanto, mais coletiva do que individual.
O Código de Ética do Psicólogo
O atual código de ética do psicólogo está em vigor desde 2005 e foi o terceiro a ser elaborado pelo Conselho Federal de Psicologia. Este documento estabelece os princípios fundamentais, as responsabilidades e as proibições que devem ser observadas pelos profissionais da área.
A seguir, destacaremos alguns dos tópicos abordados no código atual.
Aspectos cruciais do código de ética do psicólogo
Entre os seus tópicos, é importante mencionar a seção de princípios gerais. Nela, fica evidente que a prática da Psicologia deve promover a dignidade dos clientes, dos terapeutas e da própria profissão, além de respeitar a ciência e os direitos humanos.
Em seguida, há uma seção dedicada às responsabilidades do psicólogo, composta por 21 artigos. Nessa parte, são detalhadas as obrigações para com os clientes, as instituições e a sociedade. A seguir, vamos detalhar alguns desses compromissos.
Por fim, são apresentadas as disposições gerais, que abordam casos de violação do código, possíveis alterações futuras e a data de entrada em vigor.
Psicólogos seguros por conhecerem a ética e a moral na prática clínica
A ética e a moral na prática clínica em psicologia Considerando o exposto sobre ética, moral e o código de ética do psicólogo, como esses conceitos são aplicados na prática clínica?
Para responder a essa pergunta, vamos explicar de forma concisa as responsabilidades do psicólogo e como elas se aplicam na prática.
Essas responsabilidades podem ser divididas em três áreas principais: compromisso com a ciência, cuidado com o vínculo terapêutico e preservação do sigilo. Veja mais detalhes abaixo!
O que um psicólogo deve fazer para agir de acordo com a ética
A ética deve ser fundamentada no compromisso com a ciência, o que se manifesta em duas frentes: primeiro, o estudo da Psicologia que embasa a prática e contribui para o avanço científico; segundo, a utilização apenas de instrumentos e técnicas validados pela Psicologia.
Da mesma forma, é necessário zelar pelo vínculo terapêutico. Portanto, atividades fora do contexto terapêutico, como encontros fora do consultório, não são apropriadas.
Atender familiares e amigos próximos também é desaconselhável, pois compromete a relação profissional e imparcial.
Além disso, a preservação do sigilo na relação terapêutica é crucial. O código estabelece que é obrigatório proteger a privacidade dos envolvidos e, em casos de necessidade de quebra do sigilo, apenas as informações mínimas devem ser reveladas.
Também é importante considerar o que pode ser compartilhado com os pais de pacientes menores de idade. Para mais informações sobre isso, consulte o texto “O que o psicólogo pode divulgar aos pais”.
Orientações para casos de violação do código de ética do psicólogo
Se você observar algum psicólogo que não esteja cumprindo estas obrigações, é possível denunciá-lo ao CRP (Conselho Regional de Psicologia). As medidas tomadas seguirão o que está determinado na seção de disposições gerais do código de ética.
Por outro lado, há situações em que pode ser necessário violar o código, o que já está previsto no documento. Isso pode ocorrer em casos em que a quebra do sigilo profissional seja indispensável para proteger a vida ou a integridade física do paciente ou de terceiros.
Por exemplo, quando o paciente é autor de violência ou abuso passível de denúncia, ou quando há risco de suicídio. Nessas circunstâncias, é importante comunicar as autoridades competentes ou pessoas próximas, conforme apropriado.
Antes de tomar qualquer medida, pode ser útil discutir com o paciente sobre a possível quebra do sigilo, visando garantir sua segurança e preservar ao máximo o vínculo terapêutico. Em todos os casos, deve-se divulgar apenas as informações estritamente necessárias.